O executivo de Pedro Costa da Junta de Freguesia de Campo de Ourique (JFCO) tem tentado, sucessivamente, ao longo das últimas semanas, descredibilizar o movimento de cidadãos “Salvar o Jardim da Parada”, insinuando que o mesmo promove o ruído, desinformação e inverdade nas redes sociais.
A JFCO tem divulgado informação em sessões de esclarecimento e em contacto presencial, juntos dos fregueses e comerciantes, no sentido de rotular o movimento como um conjunto de cidadãos sem noção, desinformados e contra o metro.
Ora, o movimento “Salvar o Jardim da Parada” é um movimento cívico, apartidário e com o pleno direito constitucional de liberdade de expressão. A sua luta tem-se baseado em documentos, estudos prévios, pareceres e o impacto que obras desta envergadura têm sobre as comunidades, e as consequências das mesmas.
Do seu grupo de cidadãos, actualmente fazem parte um conjunto de profissionais com conhecimento académico e experiência profissional que lhes permite avaliar as consequências e o impacto que esta obra de expansão da linha vermelha proposta, terá no espaço com uma malha urbana densificada, de acordo com o projecto apresentado na consulta pública do metropolitano.
O movimento não é contra o investimento público, nem contra a mobilidade, nem contra a linha vermelha. No entanto, é entendível que a localização da estação do metro de Campo de Ourique no Jardim da Parada (Jardim Teófilo Braga), trará ao bairro um impacto ambiental de mais de 20 anos.
O valor desta área arborizada para o bairro é de extrema importância, dada a escassez de espaços verdes, sombras, zonas húmidas e de lazer com a relevância social que tem actualmente.
Recorde-se que ao contrário do manifestado pelo Sr. Presidente da JFCO, o movimento solicitou o acesso aos documentos e pareceres do “novo projecto” referido a 8 de Junho, até à data não divulgados ou disponibilizados pelo mesmo, tendo inclusive na última Assembleia de Freguesia, a dia 28 de Junho, após pedido do público presente, afirmado que iria novamente solicitá-los ao metropolitano.
Este movimento preza-se pela legalidade, transparência e verdade, nesse sentido, o único projecto documental apresentado foi o que esteve em consulta pública que terminou a 2 de Junho.
Ironicamente, na sessão de esclarecimento pública aos fregueses de Campo de Ourique promovida pelo metropolitano de Lisboa em conjunto com a JFCO e o vereador da Câmara Municipal de Lisboa (CML) da mobilidade, que ocorreu a 8 de Junho, no espaço da Biblioteca Europa, foi apresentado um “hipotético” novo projecto da estação de Campo de Ourique, pós consulta pública.
Note-se que este novo projecto surge com alterações 6 dias depois do término da consulta pública, sem que à data tivesse sido possível a análise de eventuais propostas, pareceres e estudos apresentados. Esta nova apresentação, inviabiliza quaisquer pareceres prévios anteriores de instituições credíveis e associações especializadas.
Ao contrário da informação prestada pelo Sr. Presidente da JFCO, o único projecto legal da construção da estação de Campo de Ourique apresenta 2 poços de ataque no Jardim Teófilo de Braga (Jardim da Parada) com aproximadamente 14 metros de diâmetro cada.
Esclarece-se que este movimento solicitou esclarecimentos e estudos sobre outras possíveis localizações da estação dentro do bairro, que continuamente não são disponibilizados, o que nos faz duvidar da sua eventual existência.
O Movimento manterá a sua posição e lutará pela inviabilização da construção da estação do metro no pulmão do bairro e contra o impacto ambiental, paisagístico, social e económico que o mesmo trará, na “devastação” deste Jardim.
JUNTOS VAMOS SALVAR O NOSSO JARDIM DA PARADA